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SENHOR BOM JESUS - 06 de agosto

por: Walter Barduchi - Pesquisa em sites católicos
O Senhor Bom Jesus é invocado pelos fiéis sob diversas denominações: dos Aflitos, dos Martírios, dos Passos, da Cana Verde. Esta última e curiosa denominação deve-se a representação do momento em que Cristo, antes da Paixão é vítima de açoites, zombarias e é coroado de espinhos. Os soldados para ridicularizá-lo, colocam um caniço verde em suas mãos, como se fosse um cetro.




Por essa sua representação, nas aflições, os romeiros recorrem a Jesus, vendo nEle o Homem das dores, identificado com todo o sofrimento humano. “Ele é o homem da compaixão, da bondade, e do perdão. Ele quer um mundo de justiça, de misericórdia e reconciliação”, diz o Bispo Dom José Luiz Bertanha, da Diocese de Registro.

Sempre ressaltando a Dor e a Suma Bondade do Senhor Jesus que sofreu e se entregou à morte por amor a toda a humanidade, já no século IV, os romeiros à Terra Santa visitavam em Jerusalém, de maneira informal, os lugares santos onde aconteceram sua Paixão e Morte. Este costume transformou-se no exercício de via-sacra praticado hoje, especialmente na Quaresma.

Desde tempos remotos são contadas quatorze estações desde o julgamento até o Santo Sepulcro. As vias-sacras modernas acrescentaram uma 15º estação: Jesus Ressuscitado. Os franciscanos, no séc. XII, introduziram o costume na Terra Santa de acompanhar-se a Via Dolorosa (o caminho real pelo qual Nosso Senhor teria passado carregando a sua cruz). Para quem não podia ir à Terra Santa, os mesmos franciscanos divulgaram as estações da Via Crucis substituída por quadros pintados. A imagem de Jesus apresentado por Pilatos com o manto vermelho, a coroa de espinhos e as mãos às vezes amarradas, forma mais comum de representação do Senhor Bom Jesus, surgiu no século XIV, bem como as imagens da procissão do encontro, o corpo do Senhor morto, de Nossa Senhora das Dores e do Senhor dos Passos.

A devoção ao Senhor Bom Jesus remete a uma tradição muito remota. Há referências ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos (próximo à Cidade do Porto - Portugal), a partir do Século X. É importante observar que a sua veneração no Brasil com o surgimento do primeiro santuário em Minas Gerais durante o século XVIII, não foi iniciativa da Igreja. Está associado a uma cura miraculosa e uma oferta votiva de Feliciano Mendes, um reinol que viera às Minas à procura de ouro e se adoentou. Curado da doença, Feliciano Mendes prometeu construir um santuário em agradecimento à cura milagrosa ao Bom Jesus de Matosinhos, devoção esta que se espalhou por todo o território nacional, sob diversas invocações conforme já citado, ou simplesmente pelo singelo, mas altamente significativo nome de Senhor Bom Jesus.